Apresentação
Este projeto de investigação, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia em 49.738,00€, foi desenvolvido entre Janeiro de 2010 e Abril de 2012 pelo Instituto de História da Arte – Centro de Investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (IHA-CI / FLUL) e pela Business Research Unit do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (UNIDE / ISCTE-IUL), sendo coordenado pelos Professores Luís Urbano Afonso e Alexandra Fernandes.
Este projeto nasceu, em grande medida, da colaboração estabelecida entre investigadores destas duas unidades no âmbito do mestrado em Gestão de Mercados da Arte. Iniciado em Setembro de 2007, este mestrado é oferecido em regime de associação pela FLUL e pelo ISCTE-IUL e conta no seu corpo docente com vários docentes destas duas universidades. Em Dezembro de 2011 este curso foi considerado como um dos 50 melhores programas de mestrado em «Arts and Cultural Management» de todo o mundo, segundo a entidade Eduniversal Masters Ranking
Este projeto deve muito à colaboração prestada pelas leiloeiras Cabral Moncada Leilões, Palácio do Correio Velho e Sala Branca. Nesse sentido, a coordenação do projeto manifesta os seus agradecimentos a estas empresas, na pessoa dos seus administradores, respetivamente, Miguel Cabral de Moncada, Luís Castelo Lopes e Pedro Mesquita. Sem a colaboração destas empresas não teria sido possível alcançar resultados tão exaustivos e completos. Sem a confiança, interesse e disponibilidade destes administradores seria mais difícil promover o desenvolvimento desta área de estudos na academia.
Objetivos
Este projeto de investigação visou caraterizar o mercado leiloeiro de arte e antiguidades em Portugal entre 2005 e 2011. Entre os principais objetivos definidos para este projeto destacamos os seguintes:
1) apuramento do volume de negócios do mercado leiloeiro português entre 2005 e 2011;
2) a partir dos dados obtidos no ponto anterior, estimar o volume global de negócios do mercado da arte em Portugal durante o mesmo período;
3) definir as caraterísticas e a estrutura do mercado leiloeiro durante o mesmo período, de acordo com os seguintes parâmetros de análise: géneros, tipologias, tipos, estilos, cronologias, materiais, proveniências, segmentação de preços, média e mediana dos preços (em geral, por tipologias, por géneros, etc), percentagem de lotes retirados, entre outros parâmetros;
4) definir as principais tendências verificadas entre o início e o fim desta série, em termos cronológicos, a respeito dos mesmos parâmetros indicados no ponto anterior.
Metodologia
Para atingir os objetivos anteriores foram analisados dados internos facultados pelas próprias leiloeiras, bem como elementos públicos divulgados nos catálogos dos leilões e nos resultados das vendas em leilão publicados nas páginas web das leiloeiras. Sempre que necessário, estes dados foram discutidos e corrigidos em colaboração com as leiloeiras. Estes dados foram introduzidos numa base de dados que neste momento tem mais de meio milhão de registos, referentes a cerca de 80.000 lotes.
O estudo incidiu apenas sobre o período que se estende entre 2005 e 2011 porque a maior parte das leiloeiras só começou a divulgar os catálogos e os resultados dos leilões online a partir de 2002/2004, pelo que se tornava muito mais demorado apurar os dados anteriores a 2005, além de tal recolha ser sempre mais irregular e assimétrica, especialmente para períodos sem tratamento informático dos dados.
A classificação dos lotes obedeceu, genericamente, à seguinte grelha:
Este projeto de investigação, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia em 49.738,00€, foi desenvolvido entre Janeiro de 2010 e Abril de 2012 pelo Instituto de História da Arte – Centro de Investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (IHA-CI / FLUL) e pela Business Research Unit do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (UNIDE / ISCTE-IUL), sendo coordenado pelos Professores Luís Urbano Afonso e Alexandra Fernandes.
Este projeto nasceu, em grande medida, da colaboração estabelecida entre investigadores destas duas unidades no âmbito do mestrado em Gestão de Mercados da Arte. Iniciado em Setembro de 2007, este mestrado é oferecido em regime de associação pela FLUL e pelo ISCTE-IUL e conta no seu corpo docente com vários docentes destas duas universidades. Em Dezembro de 2011 este curso foi considerado como um dos 50 melhores programas de mestrado em «Arts and Cultural Management» de todo o mundo, segundo a entidade Eduniversal Masters Ranking
Este projeto deve muito à colaboração prestada pelas leiloeiras Cabral Moncada Leilões, Palácio do Correio Velho e Sala Branca. Nesse sentido, a coordenação do projeto manifesta os seus agradecimentos a estas empresas, na pessoa dos seus administradores, respetivamente, Miguel Cabral de Moncada, Luís Castelo Lopes e Pedro Mesquita. Sem a colaboração destas empresas não teria sido possível alcançar resultados tão exaustivos e completos. Sem a confiança, interesse e disponibilidade destes administradores seria mais difícil promover o desenvolvimento desta área de estudos na academia.
Objetivos
Este projeto de investigação visou caraterizar o mercado leiloeiro de arte e antiguidades em Portugal entre 2005 e 2011. Entre os principais objetivos definidos para este projeto destacamos os seguintes:
1) apuramento do volume de negócios do mercado leiloeiro português entre 2005 e 2011;
2) a partir dos dados obtidos no ponto anterior, estimar o volume global de negócios do mercado da arte em Portugal durante o mesmo período;
3) definir as caraterísticas e a estrutura do mercado leiloeiro durante o mesmo período, de acordo com os seguintes parâmetros de análise: géneros, tipologias, tipos, estilos, cronologias, materiais, proveniências, segmentação de preços, média e mediana dos preços (em geral, por tipologias, por géneros, etc), percentagem de lotes retirados, entre outros parâmetros;
4) definir as principais tendências verificadas entre o início e o fim desta série, em termos cronológicos, a respeito dos mesmos parâmetros indicados no ponto anterior.
Metodologia
Para atingir os objetivos anteriores foram analisados dados internos facultados pelas próprias leiloeiras, bem como elementos públicos divulgados nos catálogos dos leilões e nos resultados das vendas em leilão publicados nas páginas web das leiloeiras. Sempre que necessário, estes dados foram discutidos e corrigidos em colaboração com as leiloeiras. Estes dados foram introduzidos numa base de dados que neste momento tem mais de meio milhão de registos, referentes a cerca de 80.000 lotes.
O estudo incidiu apenas sobre o período que se estende entre 2005 e 2011 porque a maior parte das leiloeiras só começou a divulgar os catálogos e os resultados dos leilões online a partir de 2002/2004, pelo que se tornava muito mais demorado apurar os dados anteriores a 2005, além de tal recolha ser sempre mais irregular e assimétrica, especialmente para períodos sem tratamento informático dos dados.
A classificação dos lotes obedeceu, genericamente, à seguinte grelha:
Equipa
Atendendo à natureza deste projeto, uniram-se as competências de dois grupos de investigadores pertencentes a unidades de investigação distintas (IHA-CI/FLUL e BRU-UNIDE/ISCTE-IUL) e complementares: num caso historiadores de arte, no outro gestores e especialistas em finanças.
Luís U. Afonso (Investigador Responsável - FLUL)
Alexandra Fernandes (Investigador – coordenadora da equipa do ISCTE-IUL)
Vítor Serrão (Investigador - FLUL)
Miguel Cabral de Moncada (Consultor)
Iain Robertson (Consultor)
Pedro Simões (Bolseiro de Investigação)
Vera Bello Dias (Bolseiro de Investigação)
Ana Alves (Bolseiro de Investigação)
Ana Romero (Bolseiro de Iniciação Científica)
Inês Martins (Bolseiro de Iniciação Científica)
Soraia Silva (Bolseiro de Iniciação Científica)
Rita Ferreira (Bolseiro de Iniciação Científica)
Maria João Major (Investigador– ISCTE-IUL)
Luís Martins (Investigador – ISCTE-IUL)
Carlos Gonçalves (Investigador– ISCTE-IUL)
João Magalhães (Investigador)
Conclusões
Principais conclusões do projeto de investigação sobre o mercado leiloeiro de arte e antiguidades em Portugal entre 2005 e 2011.
Síntese das conclusões apresentadas em Abril de 2012:
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Gráficos
1. Introdução. O mercado da arte em Portugal.
O mercado da arte nacional assistiu a uma tendência de crescimento entre os meados dos anos oitenta e o final dos anos noventa, ainda que tenha tido alguns percalços ao longo desse tempo. De uma maneira geral, a preferência dos consumidores foi dirigida para o domínio da arte portuguesa, em especial para a pintura figurativa, de paisagem, género ou retratos, realizada entre os meados do século XIX e o primeiro terço do século XX. Outra preferência incidiu sobre a ourivesaria realizada entre o reinado de D. José e o fim da monarquia. Também o mobiliário antigo, especialmente o que foi produzido entre os meados do século XVIII e os inícios do século XIX, recebeu muita procura. Em termos de produção estrangeira, a preferência foi dada às porcelanas chinesas da dinastia Qing, praticamente coincidente com a quarta dinastia portuguesa, e para as artes decorativas luso-asiáticas produzidas no Índico entre os finais do século XVI e os finais do século XVIII, nomeadamente peças recorrendo ao marfim, à madrepérola, à tartaruga e a outros materiais exóticos. De uma maneira geral, este comportamento dos consumidores emulava a tipologia das melhores coleções privadas formadas em Portugal durante o Estado Novo, pelo que se pode falar de um prolongamento dos valores simbólicos associados a este tipo de posse e consumo.
Porém, na viragem do milénio o mercado nacional começou a assistir a duas grandes mudanças, motivadas pela criação de novas coleções de arte privadas, pela maior sofisticação do público em matérias artísticas e por um novo comportamento das elites económicas na definição dos bens simbólicos que definem o seu estatuto social.
A primeira grande mudança consistiu no crescente interesse pela arte moderna e contemporânea nacional, manifestada na constituição de coleções privadas, pessoais e corporativas, e no desenvolvimento muito rápido do número, e da qualidade, das galerias especializadas neste tipo de bens, bem como na sua introdução nos circuitos de comercialização e promoção internacionais. Do mesmo modo, o peso deste tipo de arte na faturação das leiloeiras foi crescendo progressivamente até ao último terço de 2008, conduzindo mesmo à formação de uma nova leiloeira exclusivamente dedicada a este tipo de arte.
A segunda grande mudança representa uma consequência da primeira, na medida em que diz respeito a uma tentativa de fugir ao estigma da paroquialização e, eventualmente, a uma tentativa de diversificação do risco, que, em conjunto, levou os consumidores a mesclarem as suas coleções de arte contemporânea com peças nacionais e estrangeiras. Assim sendo, habitações e escritórios que até 2000-2002 estavam recheadas de peças de alto valor, representando as tipologias típicas do mercado nacional até essa data (porcelanas, pintura figurativa, mobiliário, etc), dão lugar a espaços mais minimalistas e preenchidos com peças contemporâneas, sobretudo pinturas.
2. O mercado leiloeiro português entre 2005 e 2011: algumas informações preliminares
Antes de apresentarmos algumas das conclusões a que chegámos no âmbito deste projeto, é necessário explicar as metodologias e critérios que seguimos, para que não haja o risco de se interpretar erradamente os resultados que se seguem.
2.1. Critérios e metodologias
Importa referir que o estudo efetuado incidiu apenas sobre três leiloeiras de Lisboa. Apesar de terem sido contactadas nove leiloeiras, de Lisboa e do Porto, e de se terem alcançado boas perspetivas de colaboração com cinco dessas leiloeiras, apenas lográmos garantir a colaboração efetiva de três dessas entidades. No entanto, para o período estudado, estas três leiloeiras são, de facto, as mais importantes em termos nacionais, sendo de salientar que duas delas são as maiores empresas dentro do seu género, destacando-se das restantes pela sua escala superior. Estimamos, aliás, que em termos de volume de negócios estas três leiloeiras representem cerca de 75% do mercado leiloeiro de arte e antiguidades de Lisboa e que em termos nacionais representem cerca de 60% da totalidade do mercado.
Durante estes sete anos, de 2005 a 2011, estas três leiloeiras realizaram 210 leilões. Destes leilões tratámos, até ao momento, a informação referente a 108 hastas, número que esperamos aumentar até final deste ano para os 137 leilões. Importa referir, que do total de leilões, 210, há que excluir 10 leilões de vinhos, 16 leilões de livros e três leilões temáticos, já que tratam de bens marginais em relação ao âmbito do nosso estudo. Assim sendo, o total de leilões com relevância para o nosso estudo desce para 181. Olhando agora para o número total de lotes oferecido por estas leiloeiras entre 2005 e 2011, cerca de 120.000 (incluindo vinhos, livros, etc), tratámos 68.136, ou seja, 57% do total. Excetuando os casos devidamente identificados, todos os dados apresentados de seguida dizem respeito, portanto, a esta realidade.
Por último, convém sublinhar ainda que segmentámos a realidade estudada em três géneros principais, correspondentes a artes decorativas, pintura e escultura, cada um deles subdividido em várias tipologias, havendo maior número de categorias, naturalmente, no âmbito das artes decorativas. No caso da pintura e da escultura, procedemos a uma segmentação por tipologias subdividindo-as em antiga, moderna e contemporânea. Na impossibilidade de atender à especificidade estilística de cada obra, optámos por diferenciar estas tipologias em função da data de nascimento dos seus autores. Assim, convencionámos chamar pintura/escultura antiga às obras realizadas por artistas nascidos até 1849, pintura/escultura moderna às obras realizadas por artistas nascidos entre 1850 e 1945, e pintura/escultura contemporânea às obras realizadas por artistas nascidos após 1945. Embora parte destas classificações sejam seguidas por algumas grandes leiloeiras internacionais, verificámos, demasiado tarde, que não eram as mais indicadas para a situação nacional, nomeadamente no caso das obras contemporâneas, onde seria mais adequado ter optado por recuar o ano de nascimento dos artistas para 1920/25. Seja como for, a opção foi tomada no início do projeto e foi seguida até ao final.
2.2. Volume de faturação
Entre 2005 e 2011 deparamo-nos com uma clara tendência de diminuição do volume de faturação (Gráfico 1) (Valores em milhões de euros, corrigidos à taxa de inflação anual. Estes dados foram-nos facultados pelas próprias leiloeiras). De uma maneira geral, durante os anos de 2006 a 2008 o volume de faturação permaneceu elevado, tendo diminuído em 2009 e, sobretudo, em 2010. O gráfico permite verificar ainda que o ano de 2011 representa uma recuperação assinalável face ao ano anterior, aproximando-se dos valores do primeiro ano do início deste ciclo, indiciando que a pior fase deste setor já terá sido ultrapassada.
2.3. Lotes vs faturação
Quando cruzamos os dados referentes aos volumes de faturação com a quantidade de lotes levada a leilão (Gráfico 2), verificamos que nos últimos anos aumentou consideravelmente a quantidade de lotes levados a leilão (linha azul) sem que isso tenha significado um aumento da faturação (linha vermelha). Verificou-se, aliás, uma diminuição da faturação. A explicação é simples: por um lado, o valor médio dos lotes vendidos é mais baixo agora do que anteriormente; por outro lado, existe um maior número de lotes que não são arrematados.
2.4. Retirados
Os lotes que são levados a leilão e que ficam por vender designam-se por lotes «retirados». Em média, durante o período estudado, um em cada três lotes não foi vendido, o que está em linha com o comportamento típico dos retirados no mercado leiloeiro europeu. Durante este período, a percentagem de lotes retirados oscilou entre os 32% (2007) e os 37,5% (2010). Em todo o caso, estes valores escondem realidades muito diferenciadas. Por exemplo, enquanto no setor do mobiliário e dos têxteis a percentagem média de retirados foi superior a 40%, no caso da ourivesaria e prataria tal percentagem é cerca de 20%.
2.5. Distribuição por géneros
O mercado leiloeiro português é dominado pelas artes decorativas, que representam 71,42% dos lotes vendidos. As belas artes, ou seja, a pintura e a escultura, representam apenas, respetivamente, 19,8% e 5,7% dos lotes vendidos.
2.6. Distribuição por tipologias
Dentro das artes decorativas (Gráfico 3), as tipologias mais representadas em número de lotes são a ourivesaria e prataria (21,55%), o mobiliário (19,09%), as porcelanas (16,9%), a joalharia e relógios (7,41%) e as faianças (5,75%).
2.7. Distribuição cronológica
A grande maioria dos lotes levados a leilão (87,1%) são posteriores ao ano de 1700 (Gráfico 4). Aliás, dois em cada três lotes levados a leilão datam dos séculos XIX, XX ou XXI. São muito raros, de facto, os lotes pertencentes a períodos mais recuados. Embora haja alguns lotes produzidos durante o Paleolítico e o Neolítico, e outros produzidos no Antigo Egipto ou na Roma Antiga, na realidade a soma de todos os lotes produzidos antes de 1400 é muito pouco significativa no mercado leiloeiro português (3,6%).
2.8. Segmentação dos preços
No universo estudado encontrámos valores de venda de lotes que oscilaram entre 1€ e 400.000€. Em ambos os casos, estamos perante situações extremas, tendo havido apenas um lote vendido por cada uma dessas quantias. No entanto, o estudo que realizámos permitiu verificar que dentro do intervalo de tempo estudado metade dos lotes foram vendidos abaixo de 420€ e outra metade foi vendida acima desse valor. Fazendo uma segmentação por valores de venda (Gráfico 7) verificamos que 56,18% dos lotes foram vendidos por um valor igual ou inferior a 500€ e que 17,73% foram vendidos entre 501€ e 1.000€. Ou seja, quase três quartos dos lotes vendidos foram transacionados por valores até aos 1.000€. Entre 1.001€ e 2.000€ foram vendidos 11,36% dos lotes, enquanto entre os 2.001€ e os 3.000€ foram leiloados 4,76% dos lotes. Entre os 10.001€ e os 50.000€ foram vendidos 2,42% dos lotes e acima desse valor foram transacionados apenas 0,24%. Passando para os valores superiores a 100.000€, verificamos que apenas 0,06% dos lotes ultrapassaram esse valor, o que corresponde a um total de 40 lotes.
Resultados
DISSERTAÇÕES
(relacionadas com o projeto ou realizadas por membros da equipa de investigação)
Doutoramento
· Pedro David Ribeiro Simões. O Mercado Leiloeiro de Arte Contemporânea em Lisboa (2005-2013). Registo efetuado no ano letivo de 2010-11. Doutoramento em História da Arte. Orientador: Prof. Luís U. Afonso.
· Miguel Cabral de Moncada. Mobiliário Lusíada – uma sistematização. Registo efetuado no ano letivo de 2011-12. Doutoramento em História da Arte. Orientadores: Prof. Vítor Serrão e Prof. Pedro Dias.
Mestrado
· Vera Bello Dias. A porcelana armoriada da coleção do Centro Cultural e Científico de Macau: uma análise histórico-artística e de mercado. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL).Orientadores: Prof. Luís Afonso e Prof. Maria Antónia Pinto Matos.
· Ana Alves. Arte e crime na actualidade. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientador: Prof. Luís U. Afonso.
· Rita Ferreira. Cofres quinhentistas luso-orientais. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientadores: Prof. Luís U. Afonso e Dr. Miguel Cabral de Moncada.
· Ana Romero. Arte Namban no mercado leiloeiro nacional e internacional. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientadores: Prof. Luís U. Afonso e Dr. Miguel Cabral de Moncada.
· Inês Martins. Projeto para a criação de um antiquário. Mestrado em Gestão de Mercados de Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientador: Prof. Rui Ferreira.
· Soraia Silva. Projeto de criação de negócio de um supermercado de arte. Mestrado em Gestão de Mercados de Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientador: Prof. Rui Ferreira.
· Rita Alves. As Práticas dos Seguros de Arte em Portugal. Mestrado em Gestão Cultural (ISCTE-IUL). Orientadores: Prof. Alexandra Fernandes e Dr. Miguel Cabral Moncada.
ORGANIZAÇÃO DE COLÓQUIOS E ENCONTROS CIENTÍFICOS
· Organização do colóquio Os Leilões e o Mercado da Arte. Colóquio realizado no ISCTE-IUL nos dias 19 e 20 de Abril de 2012. Foram apresentadas vinte comunicações, sobretudo por parte de elementos ligados à equipa de investigação (incluindo bolseiros) e por mestres e mestrandos do curso de mestrado em Gestão de Mercados da Arte. Este evento contou com uma assistência média de 100-120 pessoas em cada sessão, mas teve uma grande rotatividade, pelo que o colóquio terá tido uma assistência superior a 200 pessoas. Teve a presença de muitos agentes do mercado da arte, nomeadamente administradores e funcionários de leiloeiras de arte e antiquários. No final foi feito um balanço com as conclusões preliminares deste projeto. Teve acompanhamento jornalístico por parte do semanário Expresso, embora não tenha sido realizada nenhuma reportagem a respeito do evento.
Programa
· Organização do colóquio Os Leilões de Arte e Antiguidades em Portugal. Colóquio realizado no ISCTE-IUL no dia 26 de Março de 2010. Este colóquio inseriu-se no âmbito da apresentação pública deste projeto. Foi feita uma conferência de apresentação pela Prof. Alexandra Fernandes e foram realizadas duas conferências plenárias por parte do Prof. Iain Robertson (Sotheby’s Institute of Art) e do Prof. Augusto Mateus (ISEG). Foram organizadas três mesas redondas com um total de dezoito intervenientes (entre leiloeiros, antiquários, galeristas, curadores e colecionadores). Este evento contou com mais de 200 pessoas entre a assistência e teve cobertura jornalística por parte de vários órgãos de comunicação social, nomeadamente jornais (Público, Diário de Notícias, Jornal de Negócios) e revistas (Artes e Leilões, L+Arte), com várias notícias publicadas entre 25 e 27 de Março de 2010.
Programa
Cartaz
PUBLICAÇÕES
Livros
· L. U. Afonso e A. Fernandes, Mercados da Arte. Livro com 6 capítulos. (Em preparação. A concluir em Agosto de 2015).
· A. Fernandes e L. U. Afonso (eds.), Os leilões e o mercado da arte em Portugal. Estrutura, história, tendências, Lisboa, Scribe, 2012 (219 pp). ISBN: 9789898410269.
Artigos
· A. Fernandes e L. U. Afonso, "Joana Vasconcelos: managing an artist’s studio in the early 21st century”, International Journal of Arts Management, vol. 17, n. 1, 2014, pp. 54-64 (disponível para download em "Main Publications", "Papers").
· L. U. Afonso e A. Fernandes, “Lessons from the Portuguese art auctions”, Arts Management Newsletter, n.113 (Fevereiro 2013), pp. 18-21.
.· L. U. Afonso, “Ut oeconomia pictura: how the global art market is changing the dominant canons”, International Journal of Arts, vol. 2, n. 6, 2012, pp. 53-59.
· P. Simões, “The Portuguese Contemporary Art Auction Market Between 2008 and 2011”, International Journal of Arts, vol. 2, n. 4, 2012, pp. 26-30..
· L. U. Afonso, "Notícia sobre o projeto PTDC/EAT-HAT/103690/2008: o mercado leiloeiro de arte antiga e contemporânea em Lisboa (2005-2011)", Artis, n. 9-10, p. 496.
COMUNICAÇÕES
Internacionais:
· L. Afonso, “Joana Vasconcelos: managing an artist’s studio in the early 21st century”. Conferência proferida por convite no Sotheby’s Institute of Art, Londres, 10 de Dezembro de 2013.
· L. Afonso, “The Portuguese Art Market in Times of Trouble (2008-2012)”. Conferência proferida por convite no Sotheby’s Institute of Art, Londres, 30 de Novembro de 2011.
· A. Fernandes, "Introduction to the session «Conspicuous consumption: trends, patterns and representations in the Portuguese art market (1974-2010)»”, 42nd Annual Meeting of the Association for Spanish and Portuguese Historical Studies (ASPHS), Lisboa, 3 de Julho de 2011.
· A. Fernandes, L. Afonso, “Trends in the import and export of fine arts and antiques in the Portuguese art market (2005-2010)”. Conferência apresentada na sessão “Conspicuous consumption: trends, patterns and representations in the Portuguese art market (1974-2010)”, 42nd Annual Meeting of the Association for Spanish and Portuguese Historical Studies (ASPHS), Lisboa, 3 de Julho de 2011.
· P. Simões, "Some observations on the auctions of contemporary art in Portugal (2008-2009)". Conferência apresentada na sessão “Conspicuous consumption: trends, patterns and representations in the Portuguese art market (1974-2010)”, 42nd Annual Meeting of the Association for Spanish and Portuguese Historical Studies (ASPHS), Lisboa, 3 de Julho de 2011.
· L. Afonso, A. Fernandes, L. Martins, “The impact of the international crisis in the Portuguese Auction Market”, Copenhaga, Junho 2010, 16th International Conference on Cultural Economics, Association for Cultural Economics International (ACEI). Resumo publicado nos Abstracts da conferência, p. 122.
Nacionais:
· L. Afonso, “Características e tendências do mercado leiloeiro português nos últimos anos”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· I. Martins, “Leilões de pintura e escultura sacra portuguesa dos séculos XV e XVI”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· P. Simões, “A arte contemporânea no mercado leiloeiro nacional (2008-2011)”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· I. Robertson, “Art from the emerging markets”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· V. Serrão, “Ética, património e mercado da arte”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· A. Fernandes, “O mercado da arte no âmbito da economia cultural e criativa”, Lisboa, 19 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· M. C. Moncada, “A peritagem no mercado da arte: o caso das leiloeiras”, Lisboa, 19 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· A. Fernandes, “Apresentação do projeto de investigação «O mercado leiloeiro português»”, Lisboa, 26 de Março de 2010, «Os Leilões de arte e antiguidades em Portugal», ISCTE-IUL.
· I. Robertson, "The international art auction market after September 2008", Lisboa, 26 de Março de 2010, «Os Leilões de arte e antiguidades em Portugal», ISCTE-IUL.
Atendendo à natureza deste projeto, uniram-se as competências de dois grupos de investigadores pertencentes a unidades de investigação distintas (IHA-CI/FLUL e BRU-UNIDE/ISCTE-IUL) e complementares: num caso historiadores de arte, no outro gestores e especialistas em finanças.
Luís U. Afonso (Investigador Responsável - FLUL)
Alexandra Fernandes (Investigador – coordenadora da equipa do ISCTE-IUL)
Vítor Serrão (Investigador - FLUL)
Miguel Cabral de Moncada (Consultor)
Iain Robertson (Consultor)
Pedro Simões (Bolseiro de Investigação)
Vera Bello Dias (Bolseiro de Investigação)
Ana Alves (Bolseiro de Investigação)
Ana Romero (Bolseiro de Iniciação Científica)
Inês Martins (Bolseiro de Iniciação Científica)
Soraia Silva (Bolseiro de Iniciação Científica)
Rita Ferreira (Bolseiro de Iniciação Científica)
Maria João Major (Investigador– ISCTE-IUL)
Luís Martins (Investigador – ISCTE-IUL)
Carlos Gonçalves (Investigador– ISCTE-IUL)
João Magalhães (Investigador)
Conclusões
Principais conclusões do projeto de investigação sobre o mercado leiloeiro de arte e antiguidades em Portugal entre 2005 e 2011.
Síntese das conclusões apresentadas em Abril de 2012:
Gráficos
1. Introdução. O mercado da arte em Portugal.
O mercado da arte nacional assistiu a uma tendência de crescimento entre os meados dos anos oitenta e o final dos anos noventa, ainda que tenha tido alguns percalços ao longo desse tempo. De uma maneira geral, a preferência dos consumidores foi dirigida para o domínio da arte portuguesa, em especial para a pintura figurativa, de paisagem, género ou retratos, realizada entre os meados do século XIX e o primeiro terço do século XX. Outra preferência incidiu sobre a ourivesaria realizada entre o reinado de D. José e o fim da monarquia. Também o mobiliário antigo, especialmente o que foi produzido entre os meados do século XVIII e os inícios do século XIX, recebeu muita procura. Em termos de produção estrangeira, a preferência foi dada às porcelanas chinesas da dinastia Qing, praticamente coincidente com a quarta dinastia portuguesa, e para as artes decorativas luso-asiáticas produzidas no Índico entre os finais do século XVI e os finais do século XVIII, nomeadamente peças recorrendo ao marfim, à madrepérola, à tartaruga e a outros materiais exóticos. De uma maneira geral, este comportamento dos consumidores emulava a tipologia das melhores coleções privadas formadas em Portugal durante o Estado Novo, pelo que se pode falar de um prolongamento dos valores simbólicos associados a este tipo de posse e consumo.
Porém, na viragem do milénio o mercado nacional começou a assistir a duas grandes mudanças, motivadas pela criação de novas coleções de arte privadas, pela maior sofisticação do público em matérias artísticas e por um novo comportamento das elites económicas na definição dos bens simbólicos que definem o seu estatuto social.
A primeira grande mudança consistiu no crescente interesse pela arte moderna e contemporânea nacional, manifestada na constituição de coleções privadas, pessoais e corporativas, e no desenvolvimento muito rápido do número, e da qualidade, das galerias especializadas neste tipo de bens, bem como na sua introdução nos circuitos de comercialização e promoção internacionais. Do mesmo modo, o peso deste tipo de arte na faturação das leiloeiras foi crescendo progressivamente até ao último terço de 2008, conduzindo mesmo à formação de uma nova leiloeira exclusivamente dedicada a este tipo de arte.
A segunda grande mudança representa uma consequência da primeira, na medida em que diz respeito a uma tentativa de fugir ao estigma da paroquialização e, eventualmente, a uma tentativa de diversificação do risco, que, em conjunto, levou os consumidores a mesclarem as suas coleções de arte contemporânea com peças nacionais e estrangeiras. Assim sendo, habitações e escritórios que até 2000-2002 estavam recheadas de peças de alto valor, representando as tipologias típicas do mercado nacional até essa data (porcelanas, pintura figurativa, mobiliário, etc), dão lugar a espaços mais minimalistas e preenchidos com peças contemporâneas, sobretudo pinturas.
2. O mercado leiloeiro português entre 2005 e 2011: algumas informações preliminares
Antes de apresentarmos algumas das conclusões a que chegámos no âmbito deste projeto, é necessário explicar as metodologias e critérios que seguimos, para que não haja o risco de se interpretar erradamente os resultados que se seguem.
2.1. Critérios e metodologias
Importa referir que o estudo efetuado incidiu apenas sobre três leiloeiras de Lisboa. Apesar de terem sido contactadas nove leiloeiras, de Lisboa e do Porto, e de se terem alcançado boas perspetivas de colaboração com cinco dessas leiloeiras, apenas lográmos garantir a colaboração efetiva de três dessas entidades. No entanto, para o período estudado, estas três leiloeiras são, de facto, as mais importantes em termos nacionais, sendo de salientar que duas delas são as maiores empresas dentro do seu género, destacando-se das restantes pela sua escala superior. Estimamos, aliás, que em termos de volume de negócios estas três leiloeiras representem cerca de 75% do mercado leiloeiro de arte e antiguidades de Lisboa e que em termos nacionais representem cerca de 60% da totalidade do mercado.
Durante estes sete anos, de 2005 a 2011, estas três leiloeiras realizaram 210 leilões. Destes leilões tratámos, até ao momento, a informação referente a 108 hastas, número que esperamos aumentar até final deste ano para os 137 leilões. Importa referir, que do total de leilões, 210, há que excluir 10 leilões de vinhos, 16 leilões de livros e três leilões temáticos, já que tratam de bens marginais em relação ao âmbito do nosso estudo. Assim sendo, o total de leilões com relevância para o nosso estudo desce para 181. Olhando agora para o número total de lotes oferecido por estas leiloeiras entre 2005 e 2011, cerca de 120.000 (incluindo vinhos, livros, etc), tratámos 68.136, ou seja, 57% do total. Excetuando os casos devidamente identificados, todos os dados apresentados de seguida dizem respeito, portanto, a esta realidade.
Por último, convém sublinhar ainda que segmentámos a realidade estudada em três géneros principais, correspondentes a artes decorativas, pintura e escultura, cada um deles subdividido em várias tipologias, havendo maior número de categorias, naturalmente, no âmbito das artes decorativas. No caso da pintura e da escultura, procedemos a uma segmentação por tipologias subdividindo-as em antiga, moderna e contemporânea. Na impossibilidade de atender à especificidade estilística de cada obra, optámos por diferenciar estas tipologias em função da data de nascimento dos seus autores. Assim, convencionámos chamar pintura/escultura antiga às obras realizadas por artistas nascidos até 1849, pintura/escultura moderna às obras realizadas por artistas nascidos entre 1850 e 1945, e pintura/escultura contemporânea às obras realizadas por artistas nascidos após 1945. Embora parte destas classificações sejam seguidas por algumas grandes leiloeiras internacionais, verificámos, demasiado tarde, que não eram as mais indicadas para a situação nacional, nomeadamente no caso das obras contemporâneas, onde seria mais adequado ter optado por recuar o ano de nascimento dos artistas para 1920/25. Seja como for, a opção foi tomada no início do projeto e foi seguida até ao final.
2.2. Volume de faturação
Entre 2005 e 2011 deparamo-nos com uma clara tendência de diminuição do volume de faturação (Gráfico 1) (Valores em milhões de euros, corrigidos à taxa de inflação anual. Estes dados foram-nos facultados pelas próprias leiloeiras). De uma maneira geral, durante os anos de 2006 a 2008 o volume de faturação permaneceu elevado, tendo diminuído em 2009 e, sobretudo, em 2010. O gráfico permite verificar ainda que o ano de 2011 representa uma recuperação assinalável face ao ano anterior, aproximando-se dos valores do primeiro ano do início deste ciclo, indiciando que a pior fase deste setor já terá sido ultrapassada.
2.3. Lotes vs faturação
Quando cruzamos os dados referentes aos volumes de faturação com a quantidade de lotes levada a leilão (Gráfico 2), verificamos que nos últimos anos aumentou consideravelmente a quantidade de lotes levados a leilão (linha azul) sem que isso tenha significado um aumento da faturação (linha vermelha). Verificou-se, aliás, uma diminuição da faturação. A explicação é simples: por um lado, o valor médio dos lotes vendidos é mais baixo agora do que anteriormente; por outro lado, existe um maior número de lotes que não são arrematados.
2.4. Retirados
Os lotes que são levados a leilão e que ficam por vender designam-se por lotes «retirados». Em média, durante o período estudado, um em cada três lotes não foi vendido, o que está em linha com o comportamento típico dos retirados no mercado leiloeiro europeu. Durante este período, a percentagem de lotes retirados oscilou entre os 32% (2007) e os 37,5% (2010). Em todo o caso, estes valores escondem realidades muito diferenciadas. Por exemplo, enquanto no setor do mobiliário e dos têxteis a percentagem média de retirados foi superior a 40%, no caso da ourivesaria e prataria tal percentagem é cerca de 20%.
2.5. Distribuição por géneros
O mercado leiloeiro português é dominado pelas artes decorativas, que representam 71,42% dos lotes vendidos. As belas artes, ou seja, a pintura e a escultura, representam apenas, respetivamente, 19,8% e 5,7% dos lotes vendidos.
2.6. Distribuição por tipologias
Dentro das artes decorativas (Gráfico 3), as tipologias mais representadas em número de lotes são a ourivesaria e prataria (21,55%), o mobiliário (19,09%), as porcelanas (16,9%), a joalharia e relógios (7,41%) e as faianças (5,75%).
2.7. Distribuição cronológica
A grande maioria dos lotes levados a leilão (87,1%) são posteriores ao ano de 1700 (Gráfico 4). Aliás, dois em cada três lotes levados a leilão datam dos séculos XIX, XX ou XXI. São muito raros, de facto, os lotes pertencentes a períodos mais recuados. Embora haja alguns lotes produzidos durante o Paleolítico e o Neolítico, e outros produzidos no Antigo Egipto ou na Roma Antiga, na realidade a soma de todos os lotes produzidos antes de 1400 é muito pouco significativa no mercado leiloeiro português (3,6%).
2.8. Segmentação dos preços
No universo estudado encontrámos valores de venda de lotes que oscilaram entre 1€ e 400.000€. Em ambos os casos, estamos perante situações extremas, tendo havido apenas um lote vendido por cada uma dessas quantias. No entanto, o estudo que realizámos permitiu verificar que dentro do intervalo de tempo estudado metade dos lotes foram vendidos abaixo de 420€ e outra metade foi vendida acima desse valor. Fazendo uma segmentação por valores de venda (Gráfico 7) verificamos que 56,18% dos lotes foram vendidos por um valor igual ou inferior a 500€ e que 17,73% foram vendidos entre 501€ e 1.000€. Ou seja, quase três quartos dos lotes vendidos foram transacionados por valores até aos 1.000€. Entre 1.001€ e 2.000€ foram vendidos 11,36% dos lotes, enquanto entre os 2.001€ e os 3.000€ foram leiloados 4,76% dos lotes. Entre os 10.001€ e os 50.000€ foram vendidos 2,42% dos lotes e acima desse valor foram transacionados apenas 0,24%. Passando para os valores superiores a 100.000€, verificamos que apenas 0,06% dos lotes ultrapassaram esse valor, o que corresponde a um total de 40 lotes.
Resultados
DISSERTAÇÕES
(relacionadas com o projeto ou realizadas por membros da equipa de investigação)
Doutoramento
· Pedro David Ribeiro Simões. O Mercado Leiloeiro de Arte Contemporânea em Lisboa (2005-2013). Registo efetuado no ano letivo de 2010-11. Doutoramento em História da Arte. Orientador: Prof. Luís U. Afonso.
· Miguel Cabral de Moncada. Mobiliário Lusíada – uma sistematização. Registo efetuado no ano letivo de 2011-12. Doutoramento em História da Arte. Orientadores: Prof. Vítor Serrão e Prof. Pedro Dias.
Mestrado
· Vera Bello Dias. A porcelana armoriada da coleção do Centro Cultural e Científico de Macau: uma análise histórico-artística e de mercado. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL).Orientadores: Prof. Luís Afonso e Prof. Maria Antónia Pinto Matos.
· Ana Alves. Arte e crime na actualidade. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientador: Prof. Luís U. Afonso.
· Rita Ferreira. Cofres quinhentistas luso-orientais. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientadores: Prof. Luís U. Afonso e Dr. Miguel Cabral de Moncada.
· Ana Romero. Arte Namban no mercado leiloeiro nacional e internacional. Mestrado em Gestão de Mercados da Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientadores: Prof. Luís U. Afonso e Dr. Miguel Cabral de Moncada.
· Inês Martins. Projeto para a criação de um antiquário. Mestrado em Gestão de Mercados de Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientador: Prof. Rui Ferreira.
· Soraia Silva. Projeto de criação de negócio de um supermercado de arte. Mestrado em Gestão de Mercados de Arte (ISCTE-IUL/FLUL). Orientador: Prof. Rui Ferreira.
· Rita Alves. As Práticas dos Seguros de Arte em Portugal. Mestrado em Gestão Cultural (ISCTE-IUL). Orientadores: Prof. Alexandra Fernandes e Dr. Miguel Cabral Moncada.
ORGANIZAÇÃO DE COLÓQUIOS E ENCONTROS CIENTÍFICOS
· Organização do colóquio Os Leilões e o Mercado da Arte. Colóquio realizado no ISCTE-IUL nos dias 19 e 20 de Abril de 2012. Foram apresentadas vinte comunicações, sobretudo por parte de elementos ligados à equipa de investigação (incluindo bolseiros) e por mestres e mestrandos do curso de mestrado em Gestão de Mercados da Arte. Este evento contou com uma assistência média de 100-120 pessoas em cada sessão, mas teve uma grande rotatividade, pelo que o colóquio terá tido uma assistência superior a 200 pessoas. Teve a presença de muitos agentes do mercado da arte, nomeadamente administradores e funcionários de leiloeiras de arte e antiquários. No final foi feito um balanço com as conclusões preliminares deste projeto. Teve acompanhamento jornalístico por parte do semanário Expresso, embora não tenha sido realizada nenhuma reportagem a respeito do evento.
Programa
· Organização do colóquio Os Leilões de Arte e Antiguidades em Portugal. Colóquio realizado no ISCTE-IUL no dia 26 de Março de 2010. Este colóquio inseriu-se no âmbito da apresentação pública deste projeto. Foi feita uma conferência de apresentação pela Prof. Alexandra Fernandes e foram realizadas duas conferências plenárias por parte do Prof. Iain Robertson (Sotheby’s Institute of Art) e do Prof. Augusto Mateus (ISEG). Foram organizadas três mesas redondas com um total de dezoito intervenientes (entre leiloeiros, antiquários, galeristas, curadores e colecionadores). Este evento contou com mais de 200 pessoas entre a assistência e teve cobertura jornalística por parte de vários órgãos de comunicação social, nomeadamente jornais (Público, Diário de Notícias, Jornal de Negócios) e revistas (Artes e Leilões, L+Arte), com várias notícias publicadas entre 25 e 27 de Março de 2010.
Programa
Cartaz
PUBLICAÇÕES
Livros
· L. U. Afonso e A. Fernandes, Mercados da Arte. Livro com 6 capítulos. (Em preparação. A concluir em Agosto de 2015).
· A. Fernandes e L. U. Afonso (eds.), Os leilões e o mercado da arte em Portugal. Estrutura, história, tendências, Lisboa, Scribe, 2012 (219 pp). ISBN: 9789898410269.
Artigos
· A. Fernandes e L. U. Afonso, "Joana Vasconcelos: managing an artist’s studio in the early 21st century”, International Journal of Arts Management, vol. 17, n. 1, 2014, pp. 54-64 (disponível para download em "Main Publications", "Papers").
· L. U. Afonso e A. Fernandes, “Lessons from the Portuguese art auctions”, Arts Management Newsletter, n.113 (Fevereiro 2013), pp. 18-21.
.· L. U. Afonso, “Ut oeconomia pictura: how the global art market is changing the dominant canons”, International Journal of Arts, vol. 2, n. 6, 2012, pp. 53-59.
· P. Simões, “The Portuguese Contemporary Art Auction Market Between 2008 and 2011”, International Journal of Arts, vol. 2, n. 4, 2012, pp. 26-30..
· L. U. Afonso, "Notícia sobre o projeto PTDC/EAT-HAT/103690/2008: o mercado leiloeiro de arte antiga e contemporânea em Lisboa (2005-2011)", Artis, n. 9-10, p. 496.
COMUNICAÇÕES
Internacionais:
· L. Afonso, “Joana Vasconcelos: managing an artist’s studio in the early 21st century”. Conferência proferida por convite no Sotheby’s Institute of Art, Londres, 10 de Dezembro de 2013.
· L. Afonso, “The Portuguese Art Market in Times of Trouble (2008-2012)”. Conferência proferida por convite no Sotheby’s Institute of Art, Londres, 30 de Novembro de 2011.
· A. Fernandes, "Introduction to the session «Conspicuous consumption: trends, patterns and representations in the Portuguese art market (1974-2010)»”, 42nd Annual Meeting of the Association for Spanish and Portuguese Historical Studies (ASPHS), Lisboa, 3 de Julho de 2011.
· A. Fernandes, L. Afonso, “Trends in the import and export of fine arts and antiques in the Portuguese art market (2005-2010)”. Conferência apresentada na sessão “Conspicuous consumption: trends, patterns and representations in the Portuguese art market (1974-2010)”, 42nd Annual Meeting of the Association for Spanish and Portuguese Historical Studies (ASPHS), Lisboa, 3 de Julho de 2011.
· P. Simões, "Some observations on the auctions of contemporary art in Portugal (2008-2009)". Conferência apresentada na sessão “Conspicuous consumption: trends, patterns and representations in the Portuguese art market (1974-2010)”, 42nd Annual Meeting of the Association for Spanish and Portuguese Historical Studies (ASPHS), Lisboa, 3 de Julho de 2011.
· L. Afonso, A. Fernandes, L. Martins, “The impact of the international crisis in the Portuguese Auction Market”, Copenhaga, Junho 2010, 16th International Conference on Cultural Economics, Association for Cultural Economics International (ACEI). Resumo publicado nos Abstracts da conferência, p. 122.
Nacionais:
· L. Afonso, “Características e tendências do mercado leiloeiro português nos últimos anos”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· I. Martins, “Leilões de pintura e escultura sacra portuguesa dos séculos XV e XVI”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· P. Simões, “A arte contemporânea no mercado leiloeiro nacional (2008-2011)”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· I. Robertson, “Art from the emerging markets”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· V. Serrão, “Ética, património e mercado da arte”, Lisboa, 20 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· A. Fernandes, “O mercado da arte no âmbito da economia cultural e criativa”, Lisboa, 19 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· M. C. Moncada, “A peritagem no mercado da arte: o caso das leiloeiras”, Lisboa, 19 de Abril de 2012, «Os Leilões e o Mercado da Arte», ISCTE-IUL.
· A. Fernandes, “Apresentação do projeto de investigação «O mercado leiloeiro português»”, Lisboa, 26 de Março de 2010, «Os Leilões de arte e antiguidades em Portugal», ISCTE-IUL.
· I. Robertson, "The international art auction market after September 2008", Lisboa, 26 de Março de 2010, «Os Leilões de arte e antiguidades em Portugal», ISCTE-IUL.